O eu, aquele ser fechado e acabado dentro de cada um de nós, não existe. Existe a vida. O eu é formado por conjuntos de elementos conectados buscando a expansão e a afirmação da vida.
As angústias, os problemas, a ansiedade, as dores, as desmedidas, tudo que nos desestabiliza merece atenção porque dispara questões importantes: o que caducou aqui? O que não funciona mais? Como eu posso cuidar melhor de mim?
No entanto, quando as turbulências sentidas são abafadas em prol da conservação do mundo e do “eu” como estão, ocorre a produção de um equilíbrio ilusório. Nesse caso, tudo que se faz é agir para preencher os buracos da parede frágil pela qual um mundo caduco ainda se mantém de pé. A vida aí se torna um peso, um fardo a ser carregado – é a própria morte.
O nó na garganta é vivido como coisa ruim e criamos diversas ideias inadequadas sobre a razão de tal mal-estar: ou o culpado sou eu (vergonha e culpa) ou o culpado são os outros (ódio e ressentimento).
Para sair disso, precisamos de coragem para aceitar que desfuncionar é uma experiência fundamental. Precisamos exaltar as falhas para falhar mais e melhor. Falhar rápido para criar seus problemas diante da vida e das transformações que a vida exige de nós. Falhar não é ruim. Repetir no erro que é. Psicoterapia pode ajudar com isso. Me chame se estiver precisando.